sexta-feira, novembro 25, 2011

É nestas alturas em que gostava de passar uns tempos no Porto.

Não é difícil perceber que as pessoas no norte do país conseguem ser muito mais descontraídas e descomplexadas que as desta zona, basta conhecer alguém que cresceu por lá, e nota-se que até no sotaque consegue ser muito mais emotivo e a forma como falam com as pessoas é muito mais calorosa. Esta manhã estava a ver um video de um novo single de uma banda da Aldegalega do Ribatejo e achei simplesmente medíocre, por isso nem vou mencionar a fusão de estilos que fazem ou até mesmo as influencias, porque se o fizesse a resposta seria óbvia e eu não quero mencionar nomes. De algum modo depois de ver esse video surgiu uma ligação aos Lydia's Sleep, que na minha opinião fazem musica muito interessante mesmo antes de tentarem incorporar a voz, e não precisam de ter três pedalboards gigantes à frente nem um enorme arsenal de instrumentos utilizados na musica electrónica. Parece que estes setubalenses focam-se em fazer musica boa, capaz de fazer-nos sentir coisas, e conseguem fazê-lo de forma eficaz, enquanto os outros são tão "alternativos" com o palco cheio de coisas e com rapazinhos que são tão vistosos e virtuosos, mas no final a música soa a exercícios primários da primeira banda que tu fazes quando tens 13 anos e cheia de mau gosto para escolher os timbres dos próprios instrumentos. Eu vejo os pedais e os sintetizadores como especiarias que dão o "sabor" à música, e custa-me bastante ver que há gente que tem tudo para fazer a música mais rica de sempre e no final o resultado é a coisa mais insípida que já experimentei. Por favor, existem bandas com guitarras que permanecem sempre com o sinal limpo sem qualquer tipo de distorção e conseguem ter muito mais rock n' roll. Mas chega de apontar o dedo aos meninos do Montijo, apesar de tudo só espero que um dia consigam fazer uma edição melhor do que tocam. Mais tarde encontrei este rapaz do Porto, e vi uns cinco vídeos de punk-rock que pode ser feito com batidas dos videojogos. Há quem possa achar isto uma miséria, mas meus amigos com dois pauzinhos podemos começar um incêndio, afinal també há mosh em concertos de synthpop-chunga. Ao ver vídeos do concerto do Rudolfo começo a achar que Lisboa por vezes consegue ser uma seca quando a cada esquina há um grupinho a imitar as bandas do Alex Turner (mas acho que não adianta falar muito sobre isso neste post), por enquanto acho este gajo genial por gozar com os Attack! Attack! e de algum modo ser muito melhor sem as guitarras todas saturadas, sem o Auto-Tune e é obviamente mais divertido. No fundo foi uma lufada de ar fresco numa manhã em que apercebo-me que há mais uma boys-band das guitarras a saturar a música alternativa portuguesa.

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