segunda-feira, janeiro 09, 2012

Rendo-me!

Este fim-de-semana tive a oportunidade de ouvir o disco do James Blake com a devida atenção, embora de forma um pouco involuntária, como se estivesse entre a espada e a parede, mas ainda bem que assim foi. Eu precisava mesmo de parar para ouvir e escutar bem a musica do Blake. Hoje acho um disco impressionante que faz sentir-me imensas coisas, e algumas dessas coisas são físicas. As harmonias vocais, choques harmónicos que dão-nos prazer, frequências que fazem vibrar, timbres escolhidos meticulosamente, elementos rítmicos que fogem daquilo que consideramos ser "tempo certo", a repetição que surpreendentemente nunca torna-se entediante, e uma voz frágil como uma folha de papel. A sugestão da entrada de um lugar gélido onde as estalactites pingam e som da queda das gotas ecoa por todo o local. Esta é a canção que deixa os músculos das minhas costas tensos, e depois de petrificado sinto-me como se houvesse algo em mim querendo perfurar o meu tórax num acto de evasão.

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